Meu animal de estimação morreu: o que fazer?

Perder um cachorro, um gatinho, ou mesmo um cabrito é muito triste, e também nos deixa com várias dúvidas em relação ao que fazer em seguida. Para aprender a lidar com essa situação, leia este artigo.

Publicado em 09/12/2020

Os animais de estimação têm cada vez mais importância emocional para nós, seres humanos. Não é raro encontrar alguém que considere seu bichinho como parte da família. Eles são companheiros, nos alegram, e logo é criado um forte vínculo entre o dono e o seu animal. Por isso, quando eles morrem, é uma tristeza muito grande para todos que os rodeavam. 

Como sentimos muito carinho pelos nossos animais, é difícil saber o que fazer com o corpo após a morte de algum deles. Há quem opte por enterrá-los no quintal, há quem os descarte em lotes vazios, bem longe de casa, e há quem faça velório e tudo, em cemitérios para animais.

Mas será que todos esses métodos são válidos? A resposta é não.

 

Existem cemitérios de animais?

 

Como as pessoas estão cada vez mais apegadas aos seus bichinhos de estimação, em algumas cidades existem cemitérios para animais. Estes locais devem ter autorizações específicas da prefeitura e precisam seguir protocolos rígidos para a saúde e a segurança de todos.

Entretanto, este procedimento pode custar caro. A cremação de um pet custa, em média, R$ 400,00, o que geralmente fica mais em conta do que a aquisição de um jazigo e as taxas para enterrar um animal. Em alguns casos, também é possível contratar um velório.

Para algumas pessoas, a realização de um funeral pode auxiliar no momento de despedida, facilitando a aceitação da morte do pet. Existem serviços especializados que realizam essas cerimônias, ou você mesmo pode organizá-las.

 

Posso enterrar meu bichinho no meu quintal?

 

Caso você tenha espaço em seu terreno e queira enterrar o animal no quintal, isso não é proibido, e pode ser uma opção mais barata e igualmente respeitosa. Entretanto, se você não tiver o conhecimento necessário para fazer isso da forma correta, pode trazer riscos para você, sua família e até mesmo toda a sua vizinhança.

Os cadáveres são uma fonte de contaminação muito perigosa para o solo; por isso, devem ser corretamente vedados, com sacos plásticos resistentes e que possam ser fechados hermeticamente, e enterrados em covas muito fundas. Caso contrário, há risco de proliferação de doenças.

Por isso, ainda que não seja proibido por lei, é melhor que você não faça essa opção. Lembre-se sempre que o descarte inadequado de animais é um perigo para a saúde pública!

 

Então eu vou jogá-lo no rio…

Se enterrar animais no seu terreno é permitido, embora fortemente desencorajado, descartá-los em rios, lagos ou em solo comum é crime ambiental e pode render prisão de até quatro anos ou multa, que varia entre R$ 500 e R$ 13 mil. 

Essa atitude pode gerar transtorno para a população devido ao mau cheiro exalado pelos cadáveres e, principalmente, por conta do risco de disseminação de pragas e enfermidades. O caso da contaminação dos rios é ainda mais grave, porque coloca em perigo a vida de outros animais que podem ser afetados por doenças, como aqueles que bebem da água, ou os peixes, que vivem nela.

 

A prefeitura pode recolher meu animal gratuitamente?

 

Normalmente, as prefeituras cobram uma taxa para o recolhimento dos animais mortos. O mais comum é que essa taxa seja calculada com base no peso. Nesse caso, o corpo será descartado como lixo hospitalar, ou seja, lixo que pode conter material contaminante ou infeccioso.

Entretanto, esta é a melhor forma de lidar com o corpo do animal, quando se coloca na balança as questões financeiras, éticas e ambientais. Além disso, nesta situação, os animais podem ser analisados de acordo com o risco que oferecem à saúde humana. Um exemplo disso são os animais que morreram devido a zoonoses, ou que sejam hospedeiros delas: raiva e toxoplasmose, por exemplo.

Na região do Rio Paraopeba, os pesquisadores do Projeto Brumadinho UFMG também estão conduzindo necropsias em animais para verificar o que causou suas mortes, e se há alguma relação entre a mortalidade animal e a contaminação do ambiente. As equipes do subprojeto 06, responsáveis pela coleta de amostras para análises histopatológicas e toxicológicas, estão indo ao encontro dos animais achados mortos a até 1 km do Rio, e uma das formas de acionar os pesquisadores é pela prefeitura das cidades.

Esta pesquisa é muito importante para determinar se a água do Rio Paraopeba e o solo da região foram contaminados após o desabamento da Barragem I da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, e se isso está impactando os animais da região: sejam eles domésticos, de produção ou da fauna.

 

Por isso, não deixe de alertar a equipe do subprojeto 06 sobre a morte do seu animal ou de qualquer outro animal encontrado por você. Saiba como entrar em contato!