Intoxicação por metais pesados em animais: O seu gado está em risco?

A contaminação por metais pesados é muito prejudicial à saúde humana e pode até mesmo levar à morte. Você sabia que os animais também podem ser vítimas desse tipo de intoxicação? Entenda como isso acontece e como você pode proteger a sua criação!

Publicado em 11/01/2020

Bilhões de toneladas de metais pesados são emitidos anualmente devido às atividades industriais, esgotamento irregular e interferências humanas. Esses metais, assim como alguns metaloides similares, são altamente reativos e bioacumulativos, ou seja, são substâncias que o organismo não consegue eliminar. Tais elementos causam dano à saúde dos seres vivos, incluindo a dos  animais.

A contaminação por metais é a absorção e o acúmulo de substâncias como cobalto, chumbo e mercúrio em um corpo. Ferro, zinco e manganês também são elementos contaminantes, apesar de serem nutrientes essenciais à vida de vários animais, incluindo o ser humano. Isso acontece quando a exposição a essas substâncias é muito maior do que o normal: de tal forma, o organismo é incapaz de processá-las.

As atividades de mineração são responsáveis por grande parte da poluição ambiental por metais, e desabamentos de barragens liberam um enorme volume de elementos tóxicos na natureza. Isso pode expor os seres humanos e os animais a essas substâncias em concentrações maiores do que o normal.

 

Como a contaminação por metais impacta a saúde do gado

Talvez você esteja pensando que a intoxicação por metais pesados é diferente nos seres humanos e nos animais. De fato, algumas das consequências variam em diferentes espécies, mas, quando se trata dos mamíferos (como o homem, o boi, o carneiro, etc), os danos à saúde são muito semelhantes e extremamente graves.

A contaminação pode levar ao desenvolvimento de diversas doenças sérias, que vão desde anemias à cegueira, depressão e paralisia. Nos animais mais jovens, é comum a ataxia cerebelar, um quadro que afeta a coordenação dos movimentos, por atacar o sistema nervoso. Tais condições clínicas podem causar a diminuição da produção e até mesmo a morte dos seus animais.

É importante destacar que, uma vez que a expectativa de vida dos animais é menor que a dos seres humanos, as doenças se desenvolvem mais rapidamente neles, o que acelera o surgimento dos sintomas e causa óbito em pouco tempo.

 

Os sintomas de intoxicação por metais pesados

Diferentes metais causam diferentes doenças. A contaminação por ferro não é igual à contaminação por mercúrio, por exemplo. Entretanto, nos casos de poluição ambiental, é possível que um animal entre em contato com mais de uma substância tóxica, assim como diferentes animais de um rebanho podem ter doenças diferentes, mas igualmente perigosas. Dessa forma, é importante estar atento a todos os sintomas.

Nos bovinos, os sinais neurológicos são os primeiros a aparecer. Os mais frequentes são as dores de cabeça, salivação excessiva, espasmos nas pálpebras, trismo mandibular (dificuldade para abrir ou fechar a boca), tremores musculares e convulsões. É importante estar atento ao head-pressing, situação em que os animais pressionam a cabeça, principalmente a parte superior ou a região da testa, contra superfícies duras – paredes, por exemplo.

É comum que as intoxicações maltratem o trato digestivo dos animais, afetando o estômago e o intestino, o que pode causar cólicas, constipação, diarréias e vômitos. Por sua vez, esses sintomas trazem risco de desidratação. Também podem ocorrer casos de estomatite, faringite e irritação na boca ou no ânus.

 

Como acontece a contaminação

A intoxicação por metais pesados é ambiental e pode acontecer por diferentes vias. Os elementos podem ser absorvidos pela alimentação, pela respiração e pela pele. Como essas substâncias não são eliminadas pelo corpo, a contaminação é gradual: ao beber água poluída, respirar um ar que esteja carregado de partículas tóxicas ou pisar em solo contaminado, o animal está levando os elementos para dentro do organismo. Quanto maior a concentração dos metais no corpo, maiores os danos.

 

É essa contaminação que o subprojeto 07 vai investigar. As equipes de pesquisa, formadas por professores e alunos da Escola de Veterinária da UFMG, farão a coleta de amostras de leite, pelo, sangue, fezes e urina de animais de produção em municípios próximos ao Rio Paraopeba. Após o teste dessas amostras, será possível identificar se os animais da região estão ou não intoxicados, bem como qual é o risco de que essa contaminação atinja a população.

Interessante, não é? Veja mais sobre o projeto!

Para saber mais sobre a contaminação por metais pesados em cães e gatos, clique aqui.